
Uma maioria absoluta do PS parece muito difícil por diversos motivos.Porque a direita e os sectores mais importantes do capital vão fazer uma guerra sem quartel a este governo e em particular a Partido Socialista.O caso Sócrates, os incêndios e a saúde vão ser os grandes cavalos de batalha.O objectivo é fazer crer à população que este governo é incapaz de proteger a população e que está ligado aos corruptos e, portanto, deve ser derrubado.É clara a orquestração da comunicação social neste domínio preparando o terreno para, mais tarde e progressivamente, entrarem em cena Rui Rio e Cristas.A estratégia da direita passará por dizimar o PS e dar uma maioria confortável ao PSD/CDS ou, em alternativa, diminuir o PS e, através de Rui Rio, atrelá-lo ao PSD evitando uma alternativa à esquerda.
Por outro lado, os partidos da esquerda, PCP e BE, também irão lutar para que o PS não tenha uma maioria absoluta porque os tornaria irrelevantes na governação.
Assim ainda pode acontecer uma maioria relativa do PS nas próximas eleições e Costa poderia tentar um novo acordo com o PCP e o BE.Todavia, um novo acordo que desse vida a uma« Geringonça II» será muito difícil de concretizar.Em particular com o PCP que viu não revertidos aspetos essenciais da revisão da legislação laboral do governo de Passos Coelho e sendo visível neste campo uma aliança sólida do Governo de Costa com o PSD/empresários.Os militantesvão ser agora mais exigentes com a direção comunista.
Assim o objectivo das esquerdas políticas e sociais será demonstrar que é possível um novo acordo à esquerda que inclua uma substancial valorização salarial e uma melhoria da legislação laboral que reequilibre as relações de trabalho, nomeadamente no capítulo da negociação colectiva, dos bancos de horas, das indemnizações, do valor do trabalho suplementar, por turnos, etc.
Os compromissos do PS no campo do trabalho e do sindicalismo com o mundo empresarial e o PSD são históricos.Daí a criação da UGT e a natureza das alterações liberalizantes periódicas na legislação laboral.Um acordo será mais fácil com um BE mais liberal no domínio económico e mais interessado nos domínios das transformações culturais e dos direitos das minorias.Iremos ver.
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