quarta-feira, 9 de maio de 2018

OS SOCIALISTAS VÃO CONTINUAR NO CENTRO DO PODER?

Aproxima-se o Congresso do Partido Socialista!É um momento político importante pois este partido é actualmente a charneira de qualquer poder.O debate sobre a estratégia do PS já tem vindo a ser debatida em alguns jornais, em particular por representantes da corrente mais à direita e mais à esquerda.Uns que nunca aceitaram a «Geringonça», ou apenas a aceitam de forma conjuntural,e outros que a defendem como um instrumento político de governação com potencialidades para o futuro.No meio fica António Costa e seus mais próximos que vão querer várias portas abertas e construir uma alternativa que continue a colocar o PS no centro do poder na próxima legislatura.Não será fácil construir essa estratégia para os próximos anos.O PS só poderá ser o centro do poder  de duas maneiras.A primeira tendo uma maioria absoluta sem necessidade de alianças à esquerda ou à direita e, numa segunda maneira com maioria relativa com alianças à sua esquerda, repetindo uma fórmula como a actual governação ou semelhante.
Uma maioria absoluta do PS parece muito difícil por diversos motivos.Porque a direita e os sectores mais importantes do capital vão fazer uma guerra sem quartel a este governo e em particular a Partido Socialista.O caso Sócrates, os incêndios e a saúde vão ser os grandes cavalos de batalha.O objectivo é fazer crer à população que este governo é incapaz de proteger a população e que está ligado aos corruptos e, portanto, deve ser derrubado.É clara a orquestração da comunicação social neste domínio preparando o terreno para, mais tarde e progressivamente, entrarem em cena Rui Rio e Cristas.A estratégia da direita passará por dizimar o PS e dar uma maioria confortável ao PSD/CDS ou, em alternativa, diminuir o PS e, através de Rui Rio, atrelá-lo ao PSD evitando uma alternativa à esquerda.
Por outro lado, os partidos da esquerda, PCP e BE, também irão lutar para que o PS não tenha uma maioria absoluta porque os tornaria irrelevantes na governação.
Assim ainda pode acontecer uma maioria relativa do PS nas próximas eleições e Costa poderia tentar um novo acordo com o PCP e o BE.Todavia, um novo acordo que desse vida a uma« Geringonça II» será muito difícil de concretizar.Em particular com o PCP que viu  não revertidos aspetos essenciais da revisão da legislação laboral do governo de Passos Coelho e sendo visível neste campo uma aliança sólida do Governo de Costa com o PSD/empresários.Os  militantesvão ser agora mais exigentes com a direção comunista.
Assim o objectivo das esquerdas políticas e sociais será demonstrar que é possível um novo acordo à esquerda que inclua uma substancial valorização salarial e uma melhoria da legislação laboral que reequilibre as relações de trabalho, nomeadamente no capítulo da negociação colectiva, dos bancos de horas, das indemnizações, do valor do trabalho suplementar, por turnos, etc.
Os compromissos do PS no campo do trabalho e do sindicalismo com o mundo empresarial e o PSD são históricos.Daí a criação da UGT e  a natureza das alterações liberalizantes periódicas na legislação laboral.Um acordo será mais fácil com um BE mais liberal no domínio económico e mais interessado nos domínios das transformações culturais e dos direitos das minorias.Iremos ver.

Sem comentários: