quarta-feira, 18 de abril de 2018

FELICIDADE NO TRABALHO?

Nos últimos tempos assistimos a sinais contraditórios relativamente ao bem estar no trabalho ou,como dizem em alguns países nórdicos, felicidade no trabalho!Temos alguns inquéritos nacionais e europeus que nos mostram que globalmente são mais os trabalhadores que se dizem satisfeitos com o seu trabalho dos que se dizem mal ou pouco satisfeitos.A experiencia pessoal de cada um também é contraditória.Vemos companheiros em exaustão, esperando com angústia a reforma ou a mudança de trabalho e vemos outros relativamente satisfeitos com o trabalho, mesmo que este seja precário  e baixa qualidade.
Num seminário internacional alguém me alertou para a relatividade dos inquéritos sobre satisfação no trabalho.Existe uma grande carga subjectiva nestas matérias porque estamos efetivamente a lidar com pessoas situadas em determinados contextos sociais e económicos.Um desempregado que recentemente conseguiu um emprego com um salário pago a tempo e horas, mesmo que de pouca qualidade, terá a tendência de responder que está satisfeito com o seu trabalho.
Teremos assim que juntar um conjunto de elementos, de estudos e inquéritos para, eventualmente, se tirarem algumas conclusões.Por outro lado, temos os factores que contribuem para a felicidade que também não são iguais na consideração de um trabalhador nórdico ou português, precário ou permanente.Por exemplo o salário é um factor muito importante para a maioria dos trabalhadores portugueses enquanto para um nórdico contam mais outros factores como o reconhecimento do trabalho ou o bom ambiente no local de trabalho.
De todas as leituras, inquéritos e estudos podemos, no entanto, retirar alguns elementos comuns.Os ritmos de trabalho estão a intensificar-se em quase todas as profissões.As encomendas e a satisfação dos clientes comandam esses ritmos.O stresse aumenta , bem como as doenças músculo-esqueléticas e os riscos de origem psicossocial, nomeadamente a violência e o esgotamento.Cada vez mais o trabalhador aprecia a autonomia e o reconhecimento do seu trabalho.As medidas de prevenção dos riscos profissionais estão a ser progressivamente apreciadas bem como os apoios sociais, nomeadamente ginásios,creches, refeitórios.
Mais do que nunca é evidente que o capitalismo, na sua etapa atual, é patológico, ou seja, ao aumentar a exploração aumenta a doença em várias camadas de trabalhadores!

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