domingo, 18 de fevereiro de 2018

OS TRABALHADORES E OS PARTIDOS DA DIREITA

Nunca como desta vez estive tão atento a um congresso do PSD!Ouvi atentamente o discurso do presidente cessante, Pedro Passos Coelho, os dois discursos do novo líder, Rui Rio, e pelo meio umas tantas intervenções de figuras importantes do partido.Em nenhuma delas os trabalhadores e suas organizações foram alguma vez referidas e muito menos estimadas ou valorizadas.Pelo contrário,percebi algumas vezes referências a «interesses corporativos» o que, porventura, seriam referências a reivindicações de alguns setores profissionais.
Como é possível que um partido, que se intitula de social democrata, embora sendo mais liberal e conservador,possa ignorar quem contribui de forma tão decisiva para o tal crescimento da economia?Apenas uma vez o líder agora eleito falou de «modelo de baixos salários» que não pode continuar na sua opinião.Mas nunca se dirigiu aos empresários para que mudassem esse paradigma.
Seria interessante saber as razões desta incapacidade de se ter um discurso sobre o trabalho e os trabalhadores mesmo que na sua perspectiva.Um partido inter-classista que tem inclusive uma organização chamada «Tendência Social Democráta de Trabalhadores» com a sigla TSD.Organização que fez saber não ficar nada satisfeita com a constituição da lista de Rui Rio!
Efetivamente, após um  período revolucionário traumático em que foram obrigados a dizerem-se socialistas e a verem o espaço da internacional socialista ocupado pelo PS, o Partido de Sá carneiro virou liberal-conservador e está agora ,com as novas gerações, a ser conquistado por uma direita económica reacionária que não quer nada de social democracia nem qualquer cheiro a fato de macaco!Para esta direita  o que existe são os interesses económicos e financeiros e os trabalhadores não são pessoas, mas sim factores de produção, descartáveis sempre que possível ,em particular os mais velhos, os que falam em sindicatos e direitos laborais!

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