quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

INFORMAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO EM SST-Novas etapas?

Em post anterior abordei de forma muito sumária, própria a um blogue, esta questão salientando alguns aspetos históricos deste percurso nacional. Desde a fase «missionária» da prevenção de riscos profissionais das décadas de sessenta a noventa, a fase das campanhas sectoriais do IDICT até á monótona, prolixa e confusa fase da ACT que repete no essencial o que foi criado anteriormente. De facto, as campanhas setoriais agora realizadas pela ACT são uma repetição do que já fazia o IDICT. Todavia, agora existem campanhas a mais, umas da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, cujo Ponto Focal Nacional é a ACT, outras do Comité dos Altos Responsáveis das Inspeções do Trabalho Europeias, SLIC em inglês, a que a ACT também pertence, e outras ainda de iniciativa desta própria Autoridade Nacional ou dos seus serviços regionais. Como é óbvio, não é possível que um serviço, por mais dotado que seja, possa realizar num ano e, por vezes em simultâneo, quatro ou cinco campanhas com sucesso. Uma campanha para ser eficaz, para efetivamente chegar com as suas mensagens aos seus destinatários, exige avultados meios financeiros e humanos para além de uma estratégia comunicacional. Realizar apenas uma campanha anual que atingisse efetivamente com as suas mensagens as empresas e outros locais de trabalho já seria um bom objetivo. Por outro lado a existência de tantas campanhas cria a dispersão, enfraquece as mensagens e gera a confusão nos destinatários, bem como a desmobilização nos seus animadores! Vulgariza-se e retira força áquilo que deve ter força e impacto! Por outro lado, qualquer campanha exige no final uma avaliação não burocrática para sabermos até que ponto se atingiram os objetivos e qual o verdadeiro impacto nos destinatários. Uma avaliação independente e com base científica que mostre claramente a relação entre os ganhos e os custos da operação. Finalmente qualquer campanha de causas ou produtos terá que colocar a comunicação, nomeadamente a comunicação social, no centro da sua estratégia. Para ter êxito precisa de uma ideia forte, com impacto, sem a qual a campanha terá dificuldade de passar para os «media», atingindo amplamente os seus destinatários e provocando a mudança desejada. Neste sentido as campanhas da ACT teriam que ser repensadas, passando-se a uma nova fase da informação e sensibilização no domínio da prevenção, que não excluiria os instrumentos tradicionais e de maior profundidade, para um público específico, do seminário ou colóquio e da visita às empresas. Esta viragem exigiria todavia, uma mentalidade renovada, métodos de trabalho mais pluridisciplinares, menos corporativas ou auto- suficientes. Hoje as organizações têm um conjunto de saberes que se complementam e respeitam.E, caso os não tenham, devem procurá-los no exterior. Já passaram os tempos em que o Diretor ou o inspetor sabia de tudo, desde o direito até às técnicas de comunicação e de designer.

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