terça-feira, 27 de dezembro de 2011

QUEM COM FERROS MATA, COM FERROS MORRE!

No início de Dezembro o jornal Público noticiava que o Banco Lloyds estava a negociar o regresso de Horta Osório, o célebre gestor considerado o «Mourinho»da gestão bancária pela suas caraterísticas próprias muito apreciadas no mundo dos negócios!



O dito banco estava a negociar no sentido de baixar o salário enorme que aquele gestor teria antes de entrar de baixa por doença devida ao stresse. Ao mesmo tempo estava a estudar a forma de ajudar Horta Osório no seu regresso profissional, colocando-lhe um adjunto! O afamado gestor ganharia por ano, antes da doença, mais de cinco milhões de euros entre salário, prémios e planos de reforma!

Claro que uma das principais funções de Horta Osório seria a aplicação de um plano de reestruturação que implicava o despedimento de 10 a 15 mil funcionários. Ou seja ele receberia aquele dinheiro todo mas iria poupar muito mais ao Banco em custos de trabalho! Um bom negócio para o dito gestor e para o referido banco! Muita dor de cabeça e stresse para quem fosse despedido!

No entanto, o «Mourinho» também é humano e ficou doente, coisa normal entre os mortais, diga-se em abono da verdade. E logo de uma doença que, pelos vistos, não permitirá uma recuperação total.

Temos um caso de, como diz o ditado, «quem com ferros mata, com ferros morre»! Uma forma de gestão predadora e mercenária, com objetivos não alcançáveis e com resultados desastrosos, não apenas para os quadros, mas para todos os trabalhadores! Este tipo de gestão, com salários monstruosos para os gestores, levada a cabo por homens que se pensam deuses e incentivada por acionistas ávidos de lucros levam á destruição da economia e á destruição física e psíquica de quem trabalha!

Para a ideologia ainda dominante, e não sei se para o próprio, ficar doente é sinal de fraqueza, de menor valia no mercado! A desvalorização salarial que o banco quer negociar tem esse significado inequívoco! Quando se combate a ideologia neo - liberal é também esta filosofia que se combate! O trabalhador, desde o menos qualificado até ao mais alto quadro empresarial não passa de um fator de produção ou seja de uma «coisa»! Ceder neste aspeto será retroceder séculos!

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