quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

VAMOS PAGAR O NOSSO PRÓPRIO DESPEDIMENTO?


As medidas que o Governo vai implementar no campo laboral nos próximos meses são de algum modo uma resposta à greve geral de 24 de Novembro e ás exigências dos organismos internacionais que têm um filosofia económica falsa, ou seja, para eles o trabalho é um custo e os lucros são proveitos!Os lucros são considerados um direito de propriedade e o emprego ,ainda em teoria um direito, deve subalternizar-se ao direito de propriedade e á chamada competitividade!

Ora ,não há riqueza sem trabalho e sem pessoas enquanto o capital é instrumental.E se o capital (os investidores) fogem de um país ou vão para um paraíso fiscal é porque são protegidos pelas leis e pelo sistema político!
Assim ,para superar a crise e manter ou aumentar os lucros é preciso dar competitividade ás empresas á custa do trabalho!Com quer a Europa competir? Com a China?

Custa a crer que para se resolver a crise se apresentem como soluções a precariedade,os cortes salariais e a redução dos montantes das indemnizações por despedimento!A lógica é a de que se deve caminhar para uma relação contratual como se de um acordo comercial se tratasse entre o patrão e o trabalhador como escrevia um jornalista do DESTAK, num artigo horrível pela sua ignorância ou, mais grave, pelo seu cinismo!Esquecia o jornalista, ou dava-se como esquecido, que as partes nunca estão em pé de igualdade em tal acordo e por isso mesmo é que nasceu o direito de trabalho para proteger a parte mais fraca-o trabalhador!

Mais perverso será ainda a eventual hipótese de, sendo criado um fundo para custear os despedimentos sejam os próprios trabalhadores, através dos seus salários, a financiar esses fundos para depois serem despedidos.Já se paga para a reforma e para o desemprego, se agora se pagar para ser despedido em breve pagaremos para trabalhar! Não era inédito, pois no século passado no sector hoteleiro houve uma prática desse tipo!

Sendo este o caminho não basta ver os gregos a lutar e depois os checos e depois os franceses e por aí fora!É preciso que os sindicatos europeus deixem de ser mansinhos e façam o que prometeram no congresso da CES em Sevilha: passar á ofensiva!

Quanto ao Governo PS dá pena e revolta pela sua desorientação e oportunismo!O PS desbarata a sua base social tradicional e a sua história como partido de esquerda!

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