sexta-feira, 13 de agosto de 2010

PONTA DO SOL!


Viro o carro para a Ponta do Sol, o mar beija as pedras na praia, se aquilo se pode chamar praia!

Na torre da igreja da Cova do Tanque continuam as cantigas venezualanas e folclóricas.O Quim Barreiros está sempre presente.

A lagartixa finória passeia nos ferros da varanda, olhos redondinhos, cabeça levantada como desfiando os humanos.Bato as palmas e são muitas a fugirem.É todo um mundo animal desconhecido.Como é possível vivermos sempre vigiados por estes animalitos que estão em toda a parte?Ninguém fala nelas mas vivem por todo o lado numa correria incessante!

Desde há muito que a água aqui se governa com muita disciplina.Pela água se morre e se mata.Nessas lutas foi morta pela polícia a Saozinha para revolta dos camponeses que tinham na água a sobrevivência!Isto para os que ficavam na ilha, a maioria mulheres e crianças.Os que partiam almejavam um futuro que a ilha lhes negava.

Mesmo com a liberdade o destino dos mais pobres continua a ser o mesmo, procurar longe o pão e , se possível, a riqueza.

Agora os filhos sefrem de amnésia total.O passado pobre é olvidado, a memória é perigosa!Agora apenas se glorifica o presente numa ilusão consumista e imitação das elites estrangeiras.No verão a ilha transforma-se numa terra de falsos ricos.

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