segunda-feira, 9 de agosto de 2010

NORTE DE PORTUGAL!


Estaciono o carro no Campo das Hortas .A máquina apenas aceita um montante até 1.90€ para o bilhete de estacionamento.Não tenho moedas suficientes, vou comprar uma garrafa de água para obter moedas para introduzir no diabo da máquina!Nada se pode fazer sem dinheiro!Sigo ao Largo do Paço.O Bispo de Braga não vive aqui.Talvez os anteriores vivessem e conspirassem nas velhas salas de granito escuro.

Portas antigas com pesados batentes lembrando o peso ancestral da Igreja Católica de Braga em particular naquela década do PREC (Processo Revolucionário em Curso) quando com a benção do Bispo se incendiavam as sedes dos partidos de esquerda.

O jovem par de enamorados, mãos enlaçadas caminham até à Sé Catedral trocando palavras amorosas e fazendo juras de amor para sempre.
Mais adiante junto à Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra (Sede Nacional)-Glória à Pátria-Angola, Guiné e Moçambique.Para estes Portugal ainda é o do império colonial.De outro modo como dariam sentido a um período da sua vida em que jogaram tudo e para sempre os marcou?

Procuro um refúgio à sombra de um plátano.Julho acaba entre os 30 e 40 graus e Portugal continua a arder por quanto é sítio.
O caminho agora é Ponte de Lima onde junto ao rio virado para a velha ponte bebemos uma cerveja fresca!
O exército romano organizado e vitorioso procurava passar o Lima-conhecido pelo rio que fazia perder a memória-anos passados longe de Roma já nem se lembravam da cara das mulheres e filhos.As tribos ibéricas eram bravas na luta corpo a corpo e não poupavam a vida a ninguém que por aqueles caminhos se perdesse.Cada homem apenas estava seguro bem juntinho a outro homem fazendo uma massa compacta e disciplinada.Esse era o segredo para salvar a vida e, na hora do combate,da vitória romana.

Na velha prisão de Ponte de Lima,uma torre assustadora, estiveram vários foragidos daquelas terras.Foram o terror dos senhores e assaltantes de palácios.As sua façanhas eram contadas nas feiras e à noite nas cabanas dos camponeses.

Por aquelas regiões travaram as suas lutas as mulheres minhotas com a Maria da Fonte à frente com foices, chuços e forquilhas.Mulher presa era mulher libertada pelo grupo da Maria da Fonte que não aceitava homens nas suas fileiras!Os mortos deveriam continuar no solo sagrado das igrejas.O Estado dos Cabrais impunha pesados impostos aos camponeses.O fisco não largava os bolsos de quem produzia e a guerra da Patuleia (pés descalços) espalhou-se por todo o Norte até serem expulsos os Cabrais do Governo da Raínha.

1 comentário:

Maria da Glória Guedes disse...

Lindo ! Fácil e agradável de aprender ou de lembrar coisas que já sabíamos.Bj.