Nos tempos conturbados que vivemos sáo necessários sindicatos fortes.A subida histórica dos preços,
em particular dos bens alimentares e da energia, empurram muitos portugueses para a pobreza.Em contraste as grandes empresas cotadas na bolsa e os bancos aumentam extraodináriamente os lucros.Com o aumento das taxas de juro são muitas as pessoas que sentem no bolso o aumento das rendas de casa ou das mensalidades pagas aos bancos.E os salários? Na Função Pública estagnaram e no privado os aumentos estão longe da taxa de inflação.Perante esta situação ouvimos os gritos impotentes da CGTP que procura mobilizar o que resta dos sectores sindicalizados e também o silencio cumplice e ensurdecedor da UGT.Isto para não falar de uma Conferência Episcopal tolhida pelos casos de abusos de menores e silenciosa perante o drama do custo de vida.
A maioria dos trabalhadores continua fora
dos sindicatos
A grande maioria da população, nomeadamente
dos trabalhadores portugueses, continuam fora dos sindicatos, entregues à
caridade da Igreja ou à benevolência estatal, dependendo dos parcos subsídios
dados pelo orçamento do estado, das cantinas sociais ou dos pequenos aumentos
das pensões mais baixas.Ora, para piorar a situação não vamos ter eleições nos
próximos tempos pelo que o governo de António Costa vai sendo avaro para mais
tarde ser pródigo.
Neste quadro podemos ter perdido a confiança
nos sindicatos ou não gostarmos deles por razões políticas.Não podemos, no
entanto, argumentar que se precisa do dinheiro da quota, pois esse dinheiro irá
cair-nos no bolso com juros aquando dos acertos do IRS.
Não podemos também argumentar que os
sindicatos não fazem nada pois as pessoas vivem melhor nos países onde a maioria
da população trabalhadora pertence aos sindicatos;nos sectores profissionais
com fortes sindicatos como os médicos, professores, transportes e grandes
empresas conseguem-se melhores salários , mais direitos e mas regalias.
Com sindicatos fortes não estariamos a viver
este aumento de preços sem aumento de salários convenientes.O abandono dos
sindicatos ou a não filiação dos mais jovens trabalhadores nos mesmos está, a
par da precariedade e das mudançass tecnológicas, a empurrar a classe
trabalhadora para uma situação de empobrecimento estrutural e para o
aprofundamento das desigualdades em Portugal.E não é o plano social apregoado
por Montenego no Pontal, nem o plano social do governo previsto para setembro,
que vão resolver este grosso problema.
Um novo movimento de adesão aos sindicatos
Sem um rejuvenescimento sindical geracional,
tático e ideológico, sem um novo movimento de adesão da classe trabalhadora aos
sindicatos vamos ter mais pobreza, fuga de jovens quadros para o estrangeiro e
mais imigrantes a chegarem ao nosso País
para alimentarem a nossa economia com baixos custos do trabalho.
Sinceramente não acredito que a «salvação»
venha dos partidos que tradiconalmente
controlam o poder do Estado e das forças empresariais.Vão continuar a chorar
lágrimas de crocodilo, dizendo que é necessário subir os salários e as pensões,
fixar os jovens quadros no País, tornar a habitação acessívelA saída para a
crise ou crises apenas pode vir dos trabalhadores organizados.Daí a pesada
responsabilidade das organizações de trabalhadores, em particular da CGTP e da
UGT.Se esta última Central sindical continuar amorfa e a CGTP a emagrecer terá
que haver alterações no panorama sindical em Portugal,pois não acredito que o
marasmo e ineficácia possam continuar.
Podemos argumentar,como fazem alguns quadros
do partido socialista, que a conjuntura é adversa, mesmo péssmia, com a guerra,
a seca e a pandemia.Ninguém contesta tais factos e suas terríveis
consequências.Todavia, o que os pobres e os trabalhadores não vão perdoar é que
no meio destes terríveis factos haja tanta empresa que vê aumentar os seus
lucros e tanta gente a valorização do seu capital , aproveitando precisamente o
mal dos outros.Isso é inícuo porque esses senhores estão a roubar o pão dos
mais pobres e fracos e o governo socialista pouco faz neste momnto para
contrariar esta situação.
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