terça-feira, 16 de agosto de 2022

ULTRAPASSAR A CRISE? apenas com sindicatos fortes!

 

Nos tempos conturbados que vivemos sáo necessários sindicatos fortes.A subida histórica dos preços,


em particular dos bens alimentares e da energia, empurram muitos portugueses para a pobreza.Em contraste as grandes empresas cotadas na bolsa e os bancos aumentam extraodináriamente os lucros.Com o aumento das taxas de juro são muitas as pessoas que sentem no bolso o aumento das rendas de casa ou das mensalidades pagas aos bancos.E os salários? Na Função Pública estagnaram e no privado os aumentos estão longe da taxa de inflação.Perante esta situação ouvimos os gritos impotentes da CGTP que procura mobilizar o que resta dos sectores sindicalizados e também o silencio cumplice e ensurdecedor da UGT.Isto para não falar de uma Conferência Episcopal tolhida pelos casos de abusos de menores e silenciosa perante o drama do custo de vida.

A maioria dos trabalhadores continua fora dos sindicatos

A grande maioria da população, nomeadamente dos trabalhadores portugueses, continuam fora dos sindicatos, entregues à caridade da Igreja ou à benevolência estatal, dependendo dos parcos subsídios dados pelo orçamento do estado, das cantinas sociais ou dos pequenos aumentos das pensões mais baixas.Ora, para piorar a situação não vamos ter eleições nos próximos tempos pelo que o governo de António Costa vai sendo avaro para mais tarde ser pródigo.

Neste quadro podemos ter perdido a confiança nos sindicatos ou não gostarmos deles por razões políticas.Não podemos, no entanto, argumentar que se precisa do dinheiro da quota, pois esse dinheiro irá cair-nos no bolso com juros aquando dos acertos do IRS.

Não podemos também argumentar que os sindicatos não fazem nada pois as pessoas vivem melhor nos países onde a maioria da população trabalhadora pertence aos sindicatos;nos sectores profissionais com fortes sindicatos como os médicos, professores, transportes e grandes empresas conseguem-se melhores salários , mais direitos e mas regalias.

Com sindicatos fortes não estariamos a viver este aumento de preços sem aumento de salários convenientes.O abandono dos sindicatos ou a não filiação dos mais jovens trabalhadores nos mesmos está, a par da precariedade e das mudançass tecnológicas, a empurrar a classe trabalhadora para uma situação de empobrecimento estrutural e para o aprofundamento das desigualdades em Portugal.E não é o plano social apregoado por Montenego no Pontal, nem o plano social do governo previsto para setembro, que vão resolver este grosso problema.

Um novo movimento de adesão aos sindicatos

Sem um rejuvenescimento sindical geracional, tático e ideológico, sem um novo movimento de adesão da classe trabalhadora aos sindicatos vamos ter mais pobreza, fuga de jovens quadros para o estrangeiro e mais imigrantes  a chegarem ao nosso País para alimentarem a nossa economia com baixos custos do trabalho.

Sinceramente não acredito que a «salvação» venha dos partidos que tradiconalmente  controlam o poder do Estado e das forças empresariais.Vão continuar a chorar lágrimas de crocodilo, dizendo que é necessário subir os salários e as pensões, fixar os jovens quadros no País, tornar a habitação acessívelA saída para a crise ou crises apenas pode vir dos trabalhadores organizados.Daí a pesada responsabilidade das organizações de trabalhadores, em particular da CGTP e da UGT.Se esta última Central sindical continuar amorfa e a CGTP a emagrecer terá que haver alterações no panorama sindical em Portugal,pois não acredito que o marasmo e ineficácia  possam continuar.

Podemos argumentar,como fazem alguns quadros do partido socialista, que a conjuntura é adversa, mesmo péssmia, com a guerra, a seca e a pandemia.Ninguém contesta tais factos e suas terríveis consequências.Todavia, o que os pobres e os trabalhadores não vão perdoar é que no meio destes terríveis factos haja tanta empresa que vê aumentar os seus lucros e tanta gente a valorização do seu capital , aproveitando precisamente o mal dos outros.Isso é inícuo porque esses senhores estão a roubar o pão dos mais pobres e fracos e o governo socialista pouco faz neste momnto para contrariar esta situação.

Sem comentários: