quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

SAÚDE NO TRABALHO E AÇÃO SINDICAL!

Existem hoje alguns estudos que demonstram que nas empresas onde há atividade sindical consistente também existem melhores condições de trabalho, nomeadamente melhores condições de segurança e saúde no trabalho. São boas notícias particularmente numa altura de crescentes ataques aos sindicatos vindas em particular dos arautos do neoliberalismo que, em nome da competitividade, pretendem um modelo de relações individualizadas, estilhaçando a contratação coletiva, como forma de melhor rentabilizar (explorar) o que eles chamam «força de trabalho».


Esta experiencia é palpável em particular em grandes empresas e multinacionais.Com efeito, a existência de organizações sindicais, comissões de trabalhadores e comissões de segurança e saúde no trabalho criam as condições para uma maior sensibilidade da gestão para as questões da promoção da segurança e saúde dos trabalhadores e trabalhadoras. Tal realidade é compreensível na medida que a defesa da integridade física e psíquica é antes de mais nada um problema e um direito dos trabalhadores e trabalhadoras.

Sempre que estes assumem e integram esta matéria nas suas reivindicações a realidade começa a mudar. Ou seja, trabalhar em segurança e saúde deve ser uma reivindicação fundamental dos trabalhadores. Para mudar efetivamente alguma coisa na empresa é preciso que isso aconteça. Não bastam as boas vontades dos técnicos e dos gestores se, por acaso, existem e é importante que existam! Não bastam excelentes dossiers técnicos com múltiplas normas de segurança, esquemas brilhantes elaborados em sedutores diapositivos. Muito menos os discursos culpabilizantes dos trabalhadores e trabalhadoras que também existem!

Ou os trabalhadores assumem individual e coletivamente a mudança ou nada feito! Daí que os discursos e as práticas empresariais sem a participação efetiva dos trabalhadores não levem a nada! Não é «envolver» os trabalhadores como dizem alguns discursos! É participar! Participar significa partilhar em pé de igualdade! Envolver é «meter no meu carro» alguém que está de fora!

Mas para os trabalhadores assumirem coletivamente esta mudança e integrarem esta reivindicação como sua será necessário que as suas organizações a assumam e a integrem! Daí o papel central dos sindicatos na promoção de uma cultura de prevenção dos riscos profissionais e promoção da saúde dos trabalhadores. Promoção numa perspetiva sindical, numa perspetiva autónoma. É que, embora existam muitos pontos convergentes nestas matérias, numa economia capitalista a perspetiva sobre a saúde de quem trabalha é, em última análise, diferente da do gestor/patrão!

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