quarta-feira, 1 de abril de 2009

INSATISFAÇÃO NO TRABALHO AUMENTA! É NATURAL!


Os portugueses estavam menos satisfeitos com o emprego, em 2008. Salário, capacidade de inovação da empresa e condições laborais recebem as piores notas, mas as pessoas continuam a dizer-se envolvidas pelo trabalho.

Os trabalhadores estavam mais insatisfeitos do que em anos anteriores, em todos os aspectos da relação laborai medidos pelo Observatório de Recursos Humanos, no inquérito Satisfação do Colaborador, disse o coordenador, João d'Orey.Em 2008, o nível global de satisfação era de 56,7, numa escala de 1 a 100, abaixo dos dois anos anteriores.

O inquérito faz perto de 60 perguntas, sobre o cumprimento das expectativas, relacionamento com colegas e chefias, conhecimento e participação na estratégia da empresa, remunerações e regalias, entre outros.As perguntas são agrupadas em 12 temas e respondidas por mais de 37 mil pessoas, do sector privado ou público. Os temas são depois agrupados em três indicadores - satisfação, envolvimento e lealdade - e os três caíram em 2008.Perante o aumento da insatisfação dos trabalhadores, e a expectável menor produtividade que acarreta, João d'Orey recomenda às empresas que subam o nível de inovação, bem como a participação dos trabalhadores no processo. Não apela a mais salário porque, diz, "toda a gente acha que ganha pouco".Mas, de todos os aspectos da relação de trabalho, diz o estudo, o mais determinante para a satisfação dos trabalhadores foi a capacidade da empresa em cumprir as expectativas criadas um ano antes. Se 2008 já passou, este ano ainda é possível melhorar o indicador, para assegurar uma maior satisfação em 2009.Estado só "passa" no salário

Os trabalhadores das empresas privadas estão, em geral, mais satisfeitos do que os ao serviço do Estado, diz João d'Orey. Excepto no salário. No domínio público, indica o estudo, as pessoas dizem que os vencimentos são iguais ou superiores aos praticados no sector e na região onde vivem. Pelo contrário, apontam como principais falhas o facto de acharem que o empregador não dá as regalias que gostariam e não tem como prioridade a satisfação do cliente, cuja opinião, aliás, não se esforça muito por conhecer.

No global, os mais satisfeitos com o posto de trabalho são os jovens, as pessoas que deixaram a escola no segundo ciclo do ensino básico e as que estão no mesmo emprego há menos de um ano. E os chefes.(Jornal de Notícias)


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