sábado, 15 de novembro de 2025

ESTÁ MARCADA A GREVE GERAL.....VAMOS NESSA ,PORQUÊ?

 

A Greve Geral não é apenas dos sindicatos da CGTP e da UGT! Esta greve é também para os sindicatos


independentes. Todas as estruturas sindicais, de qualquer tendência sindical e política estão convocadas para manifestar o seu protesto e repúdio da proposta de lei do governo para alterar o Código do Trabalho no sentido ultraliberal !

Uma proposta de lei cheia de malfeitorias

O governo não tinha razões válidas para fazer uma nova alteração às leis do trabalho, cheia de malfeitorias, tendo em conta que as últimas foram realizadas em 2023 e o Pais tem quase pleno emprego, há setores económicos que exportam e a maioria das empresas, e em particular a banca, têm chorudos e escandalosos lucros!

Assim, não é necessário trabalhar mais horas e, muito menos, que a empresa não te pague o trabalho que fazes para além do horário como quer o governo!

Também não é necessário precarizar mais os contratos pois já existe muita flexibilidade para ter trabalhadores precários ao ano, aos meses e até aos dias e hora!

Também não é necessário restringir o direito à greve num dos países da Europa com menos greves! Nem colocar ainda mais os sindicatos fora das empresas e da negociação coletiva indo contra as Convenções da OIT e normas da União Europeia, matando o diálogo social!

Seria, sim, necessário melhorar os salários, cuidar mais e melhor da segurança e saúde dos trabalhadores, bem como da sua formação e alimentação. Estes aspetos não estão na proposta de lei do governo!

Então se o governo não tem razões para avançar com uma lei que ainda torna os trabalhadores mais frágeis porque quer teimosamente fazer aprovar a sua lei sem diálogo?

Os motivos secretos do governo que nos insulta!

O governo não tem razões, mas tem motivos! Quais?

O governo do PSD/CDS, pressionados pelo Chega, quer aproveitar este momento político de ter uma maioria alargada para fazer uma rotura laboral social e fora da nossa Constituição no campo do trabalho! Quer impor unilateralmente apenas os interesses as empresas.

 Uma rotura no campo das relações de trabalho que visa dar mais dinheiro às empresas sem lhes pedir contas no domínio social e do bem comum, Como?

Forçando os trabalhadores a trabalharem mais horas gratuitamente; podendo despedir livremente e substituindo trabalhadores sempre que lhes apeteça! Manter salários baixos!

A cereja no cimo do bolo: nada de sindicatos nas empresas e nada de greves!

Claramente esta proposta de lei do governo é uma proposta de escravidão e de um golpe na nossa Constituição e …na nossa vida!

Greve Geral é uma boa resposta para que o governo respeite os trabalhadores e suas organizações! Queremos respeito de um governo que nos insulta!

 

 

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

A GREVE GERAL EXIGE PREPARAÇÃO E CONVERGÊNCIA SINDICAL!

 

Escrevo numa altura em que já se ouve falar aqui e ali de greve geral como forma de combater a proposta do governo sobre alterações ao Código do trabalho. Devo dizer que, embora não acredite em grandes cedências da parte do governo nas negociações em curso, se deve dar tempo ao tempo,


esclarecendo, informando e mobilizando e procurando convergências sindicais e políticas absolutamente necessárias para fazer recuar o governo e a Ministra do Trabalho.

 Que os ativistas e dirigentes sindicais da CGTP já estão preparados não tenho dúvidas! Que muitos querem decretar uma greve geral já, também não tenho dúvidas. Mas atenção, uma greve geral precipitada e unilateral pode ser um tiro pesado nos pés, mancando o Movimento sindical por muito tempo.

A urgente necessidade de convergência sindical

Sindicatos da UGT e da CGTP e associações sociais como a BASE-FUT, têm alertado para a urgente necessidade de uma ação convergente sindical entre as duas Centrais Sindicais e sindicatos independentes organizando uma forte mobilização dos trabalhadores de todos os setores com informação útil, esclarecimento e debate. Exige gestos públicos concretos, mesmo que simbólicos, de convergência e não apenas contactos ligeiros. Há que mostrar ao poder e aos trabalhadores que somos capazes de nos unir para lutar contra esta estratégia patronal de nos derrotar e até humilhar!

 É importante que os sindicalistas da UGT afetos ao PSD e ao CDS se tornem mais críticos e vejam os riscos das propostas do governo. A proposta pode ser melhorada, mas não pode ser apenas uma operação de cosmética! A proposta é necessária? O que se pretende atingir com a mesma? Não há pontos mais urgentes a tratar hoje nas relações laborais do que estes escolhidos pelo Ministério do Trabalho? Quais os inaceitáveis e quais os que são de melhorar?

 É importante que os sindicalistas independentes e que militam em organizações católicas ligadas ao mundo do trabalho vejam quanto algumas propostas afetam o trabalho digno, nomeadamente ao nível da conciliação da vida profissional e familiar, descanso, precariedade laboral continuada, restrições ao nível do importante direito à greve e à negociação coletiva.

Aliás, lamento que a Igreja Católica se mantenha impávida e serena perante estas alterações à lei do trabalho que mexe com a vida de milhões de portugueses, tornando-lhes a vida mais complicada em nome da competitividade das empresas e dos lucros. Desçam à terra, tomem posição concreta no quadro da Doutrina Social da Igreja.

Greve Geral exige preparação

A Greve Geral a ter lugar, exige um caminho de preparação e mobilização dos diferentes setores profissionais e sociais, diversas negociações entre os diferentes atores que, mantendo a sua autonomia, procuram pontos convergentes perante um perigo significativo para as condições de vida e de trabalho!

Decretar uma tão importante forma de luta antes do tempo e de forma unilateral é mandar a mensagem a todos os outros que eu avanço na caminhada e, se querem caminhar venham comigo no meu tempo e no meu ritmo, porque eu não espero por ninguém! Seria desastroso para a luta dos trabalhadores e para a melhoria das suas condições de vida e de trabalho!