O atual conflito global mundial entre os democratas
progressistas e a extrema-direita está ao rubro em todo o mundo! O capitalismo
autocrata ganha pontos em muitos países para além da China e da Rússia, USA e Argentina
entre outros. Mas é na cultura que se realiza o grande combate. Ideias antigas,
algumas que remontam ao século XIX, estão a ressuscitar, por vezes com novas roupagens.
Não apenas no campo da ética ou da moral e da política. Veja-se o projeto de
alterações ao Código do Trabalho apresentado pelo atual governo de Montenegro
É na economia e nas relações de trabalho onde participamos no maior combate das últimas décadas.
Com efeito, as ideias do Diálogo social, da distribuição da riqueza, da justiça social, do trabalho digno estão a sofrer ataques de todo o género e vindos de vários horizontes ,mas muito particularmente dos multimilionários das grandes bancos e companhias globais como a Amazon, google e Facebook, tesla,etc.
Estes multimilionários globais já não estão com a simples
democracia formal, multipartidária. Eles admiram a China e a Rússia e apoiam a
estratégia de Trump de concentração da riqueza em muito poucas famílias ,de
exclusão social e exploração dos trabalhadores.Alguns deles perfilham ideias nazis!
A liquidação das organizações de trabalhadores
Com os seus meios poderosos, nomeadamente financeiros e
comunicacionais eles apoiam as ideias antigas do salve-se quem puder, do
sucesso individualista sem ética, do dinheiro e do negócio como única referência
para a vida, na pilhagem dos recursos dos outros povos mais vulneráveis, nos
ganhos supersónicos na venda de armas, no fomento de guerras e contra revoluções.
Minam governos com alguma cor de esquerda na América do Sul e na Europa. Em
alguns casos eles mesmos tomam o poder com ou sem eleições deitando pela borda
fora os políticos tradicionais.
Mas estas ideias inicialmente dispersas têm agora um maestro
no governo dos USA com ramificações em todo o mundo. Na sua estratégia está a
liquidação das organizações de trabalhadores e dos respetivos direitos. Basta
ler o último relatório da Confederação Sindical Internacional sobre a situação
dos direitos laborais no mundo para verificarmos que a situação é muito difícil.
A maioria dos países no mundo proíbem ou restringem o direito de greve e de
negociação coletiva, incluindo o atual projeto legislativo do governo português.
Fomentam-se as ideias do ódio
O problema é que estes objetivos dos grandes senhores são preparados com um batalhão de
comentadores na TV e rádio, nos partidos bem financiados da extrema-direita e nas universidades e escolas particulares. Assim se fomentam as ideias de ódio ao outro, o meu umbigo em primeiro lugar, o ódio e combate a tudo que são ideias progressistas de ação e emancipação coletiva. Os sindicatos são alvo e os trabalhadores são elevados a categoria igual do empresário e não considerados como a parte mais fraca. Difunde-se o empresário como modelo e criador de riqueza quando verdadeiramente é ele que fica com a maior fatia criada por quem trabalha. A angústia, o assédio, a depressão e bournout fazem parte do quotidiano de milhões de trabalhadores em todo o mundo. São milhões os acidentes de trabalho; um trabalhador morre em cada 15 segundos em todo o mundo, segundo estimativas da OIT!
O combate passa pela cultura
Se as forças democráticas e progressivas continuarem
divididas e sem uma nova estratégia e programa mobilizador vamos ter todos
muitas dificuldades nos próximos tempos! Algo muito profundo mudou-as pessoas estão inseguras e com Medo. Medo que está a ser
utilizado politicamente! O combate passa pela cultura, pelo combate das ideias,
mas também pela capacidade de dar esperança novamente a centenas de milhar de
militantes e milhões de outros cidadãos!